Têm dias que me fazem acreditar que tudo vai mesmo ser melhor, sabe.
Penso nisso enquanto conto mentalmente os passos que faltam pra eu chegar em casa, às 6:45, feliz. E um dia ela estará aqui pra dividir essa felicidade comigo, de tomar café-com-leite-e-pão às 5 - Ouvindo aquela musiquinha que caminha entre o rock inglês e os bonitos solos de trompete do jazz, mas que pouca gente conhece - enquanto mais que a metade da cidade ainda não pensa em levantar. Ou simplesmente caminhar de mãos dadas na av. República do Chile sob um céu lindo de tão cinza.
Ser feliz, pra esse sujeito estranho que escreve essas linhas, antes de dormir, enquanto decide pelo banho quente ou frio, é exatamente ter a capacidade de escrever essas linhas, de sonhar apesar de tudo, de acreditar que lá na frente ela estará aqui sorrindo, como já sorri, mas também dividindo os abraços, os caminhos, tudo que ela queira ou precise. Mas tudo bem se não der pra ser agora, tudo bem se eu te ligo e não digo quase nada disso, só que te quero bem, que me preocupo e que eu poderia estar mais feliz. Tudo bem mesmo. eu espero, do seu lado, sem poder tocar, você resolver sua vida e tal. Aí sim, poderei, enfim, enxergar toda a beleza do mundo, em alguma outra manhã fria e de passos tortos, como essa, pelas lentes do seu lindo óculos de grau.
ok?