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quarta-feira, 28 de abril de 2010

#19


Têm dias que me fazem acreditar que tudo vai mesmo ser melhor, sabe.

Penso nisso enquanto conto mentalmente os passos que faltam pra eu chegar em casa, às 6:45, feliz. E um dia ela estará aqui pra dividir essa felicidade comigo, de tomar café-com-leite-e-pão às 5 - Ouvindo aquela musiquinha que caminha entre o rock inglês e os bonitos solos de trompete do jazz, mas que pouca gente conhece - enquanto mais que a metade da cidade ainda não pensa em levantar. Ou simplesmente caminhar de mãos dadas na av. República do Chile sob um céu lindo de tão cinza.

Ser feliz, pra esse sujeito estranho que escreve essas linhas, antes de dormir, enquanto decide pelo banho quente ou frio, é exatamente ter a capacidade de escrever essas linhas, de sonhar apesar de tudo, de acreditar que lá na frente ela estará aqui sorrindo, como já sorri, mas também dividindo os abraços, os caminhos, tudo que ela queira ou precise. Mas tudo bem se não der pra ser agora, tudo bem se eu te ligo e não digo quase nada disso, só que te quero bem, que me preocupo e que eu poderia estar mais feliz. Tudo bem mesmo. eu espero, do seu lado, sem poder tocar, você resolver sua vida e tal. Aí sim, poderei, enfim, enxergar toda a beleza do mundo, em alguma outra manhã fria e de passos tortos, como essa, pelas lentes do seu lindo óculos de grau.

ok?

sexta-feira, 2 de abril de 2010

#16

E você surge assim, sorrindo, de repente, de camisa preta, com o cabelo ainda molhado. Olha e sem pensar muito diz qualquer coisa. Quase sussurrando. Anda de um lado para o outro. Com passos lentos, com sorrisos largos, com aquela calça jeans de antigamente.

Sem perceber – ou fingindo não perceber - ignora o casal ao lado. E com voz baixa, diz os oito dígitos do seu novo telefone.

Você sorri, ajeita o cabelo, olha o chão. E sabe-se lá por que percebe que tudo pode existir. Sendo bom ou não, sendo real ou não. Pode existir. E talvez até exista. E assim quem sabe encontramos até mesmo o sentido que nunca existiu, ou que nunca tivemos a capacidade de enxergar, durante tantos anos.

quinta-feira, 18 de março de 2010

#13

No meio da noite, o que ela diz, sem perder o ritmo, tem menos importância do que o que escolhemos sentir. E, assim, tão próximos, minha maior vontade é tocar aqueles seios tão bonitos, e pequenos, que deixam de se esconder, sem muito esforço, onde a lucidez não tem forma, e o conjunto das nossas vontades valem bem mais do que qualquer tentativa de frase incompleta, inacabada. Enquanto seleciono as cenas, ela sorri, olha de lado, e tenta fugir, contrariando o que nós dois sabemos que existe, inventando desculpas que não cabem no curto espaço de tempo da noite de barulhos repetidos, de luzes coloridas, de desejo, de delírios, com ou sem efeito do álcool. Não precisa ter ou fazer sentido, nós sabemos, claro. Ela apenas dança, e eu tento seguir os passos, alcançar com as mãos o que não consigo tirar do pensamento, sem tentar entender a ordem com que tudo acontece na vida, ou, simplesmente, em cada pequeno momento que não sabemos exatamente o que fazer.

segunda-feira, 8 de março de 2010

#9

As luzes que iluminam o céu, horas depois, não deixam de iluminar seu vestido, tão colorido quanto o sorriso surpreso pelo encontro, que ao longo do tempo se tornou comum em lugares inesperados. E eu só penso em transformar todas essas cores em canções que falem de nós dois. E mais nada, meu bem. Mais nada.




quarta-feira, 3 de março de 2010

#7


O telefone custa a tocar, e quando toca não é você. Eu desisto de tentar insistir. Porque depois de algum tempo o melhor mesmo é deixar pra lá. Fica com o tempo a responsável decisão do que pode, ou não, acontecer,
e enquanto isso eu deixo de escolher as datas, as roupas e os planos.

Escolho a distância como única opção pra nós dois.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

#4


Quero teus sorrisos, de fotografias de cartões postais, enquanto escuto aquelas canções antigas, que você costumava cantar baixinho, num inglês bonito, de tão doce, mas que eu nunca consegui entender muito bem. As canções têm razão, meu bem. Quase sempre. E quase sempre, também, o que eu quero, está tão próximo, e ao mesmo tempo tão distante, que aos poucos vou desistindo de tentar entender e/ou classificar.

Digo tantas coisas, escrevo frases soltas sobre nós dois, por todo canto, numa tentativa infantil de manter viva cada boa lembrança. Mas não sei se você gosta, se entende, se ainda faz algum sentido pra você, aí tão longe.. Não sei se o que digo aqui consegue te alcançar.

Mas acho que esse é o meu jeito de mostrar ao mundo como foram bonitos aqueles dias, das chuvas de maio, de abraços apertados para escapar do frio. Do mundo.